terça-feira, 19 de julho de 2011

O bilhete

-Acordei recolhendo suas roupas e pertences amanhecidos , jogados por todo canto da casa. Sua camisa surrada , suada e carregada de seu cheiro de intensidade. Sua calça rasgada, desfiada e com o molde quase concreto de seu corpo, seu tênis sujinho este estava bem ali no cantinho e eu podia ouvir seus passos sorrateiros de quando chegava de mansinho , beijava meu pescoço e me chamava de meu bem.


Mas adiante um bilhete jogado de coração apertado e adeuses não dados e bem ao lado havia colado o seu sorriso de olhos molhados de quando eu dizia te amo. Suas mãos uma estendida e a outra retraída deixando clara confusão.


Fui recolhendo todos aqueles pedaços e feições que foram esquecidos por você, e pude perceber que eu tinha ali você se juntasse tudo que sobrou do muito que me deixou .E sera que eu deveria juntar ou queimar e te juntar ás cinzas de tudo que um dia foi e nunca mais será.


Mas sabe de uma coisa Queria nao gostar tando do seu sorriso doce, do seu cheiro paralizante, queria nao estar sentindo sua falta, como se conhecesse você a tempos, queria nao estar encantada com seus olhos de calma, com o enigma de suas palavras, da sua face linda quando acorda,do cheiro da sua respiraçao, do calor do seu corpo, do silencio misterioso, da carencia econdida atrás de armaduras de defesa,do jeito como seus cabelos caem sob seu rosto, da maneira como sorri e seus olhos acompanham, da saudade inesperada e quase desesperada.
 
 
Angelina

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