quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sabe lá!

Eu não tenho nada a lhe dizer, seus ouvidos são fechados para minhas sentimentalidades que para a maioria devem soar como sentimentalidades baratas. Sabe que não são?! mas é preciso coração muito aberto e quase sempre desassossegado para que minhas palavras te invadam como fazem comigo, que me descem goela a baixo rasgando meu coração e penetrando os meus vasos... Você sempre esteve tão surdo que nem ao menos os meus passos sorrateiros que invadiam seu quarto todas as noites para velar teu sono você podia ouvir, eu sentava ali na cabeceira e afagava seus cabelos para que você não se sentisse sozinho ou acordasse no meio da noite com medo, sei que ninguém está pronto para amar, mas poxa dava pra ao menos receber?Eram tantas borboletas no estômago que nada mais cabia ali além delas, eram tantas saudades sufocadas dos seus olhos brilhantes , do sorriso de canto de boca e do seu cheiro de calmaria que eu parecia carregar uma montanha em meu peito comprimindo meus pulmões e meu coração que transbordava de tanto amor, e você partiu sem dizer adeus, sem dar explicações ... simplesmente voou como fazem os passarinhos.Foi ai que eu aprendi o quanto é doloroso dizer adeus, quando ainda se tem tanto amor para viver, mas sabe eu nunca sei dizer se dói mais quando a pessoa parte ou se dói mais nunca saber que o que ele sentiu foi verdadeiro ou apenas ilusão!

Angelina Dias

domingo, 13 de maio de 2012

Nenhuma palavra dói mais do que a ausência de palavras. Você não é tolo e sabe muito bem disso. Você me impunha um silêncio devastador. Sumia, não dava notícias, fazia de propósito, queria me ver chegar perto da morte, paralisada, sem forças. Eu esperava o telefone tocar, ele não tocava. (...) Esperava o apito do meu computador avisando a chegada de um novo e-mail, ele não apitava. Esperava uma carta, um sinal de fumaça, uma mensagem no celular, esperava que você aparecesse e trouxesse consigo alguma palavra. Esperava e esperava e esperava. E você não vinha. Você me deixava a sós com esse silêncio que dói mais do que um grito arranhado, do que um corte profundo na carne, que dói mais do que a palavra dor".

(A chave da casa, Tatiana Salem Levy, Ed. Record, P. 139)

terça-feira, 8 de maio de 2012


'Garota, sabe, tenho uma saudade do cheiro da sua pele, tanta, que às vezes me dá uma vontade ridícula de chorar. Não só pelas vezes que minha memória olfática retroativa seu perfume de talco e amêndoas. Mas porque me vem uma certeza que eu ainda tinha mais pra amar, muita coisa pra admirar, outros pontos epidérmicos pra jamais esquecer. Você tinha alguma coisa, um segredo, uma receita que as outras não têm, não sei.''
Gabito .N