domingo, 28 de novembro de 2010

Mãe me interna

Me interna mãe.




“Pedi pra mãe – me interna, to infeliz pra caralho.”



Tequila, café e cigarros exatamente nessa ordem me preenchiam. Aquela

velha história do amigo engarrafado me era completamente aplicável, não

havia companhia melhor. Porque eu não desejava conversar, pessoas se

preocupam demasiadamente e eu não precisava de especulações, conversas

enfadonhas e repetir tudo o que estava acontecendo comigo. Não. Eu não

quero falar sobre isso. Isso o quê? Se eu tivesse noção do que era.

Acontece que esses dias estão tortuosos e eu não desejo levantar-me

daqui, a poltrona já adquiriu o formato do meu quadril e a TV me dá o

entretenimento necessário para continuar trancafiada aqui. Sossego é o

que eu quero. Desde que ele fora embora eu ouço versos que me falam

sobre amores arruinados, o coração já não bate, esquecera completamente

o tal do Tum-tum-tum. Será que o coração bate assim? Há algum tempo que

não sei como ele reage, porque os dias estão vazios. Sabe toda aquela

ideologia de que é possível viver sozinho? Pois é. Acreditava nisso

piamente porque ele estava ao meu lado, agora que se foi tudo é cinza.

E eu chorei um oceano inteiro essa noite. Eu precisava esvaziar. Porra

eu preciso ser internadaeu preciso ser internada

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