segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Aos nossos filhos

Perdoem a cara amarrada, perdoem a falta de abraço


Perdoem a falta de espaço, os dias eram assim


Perdoem por tantos perigos, perdoem a falta de abrigo


perdoem a falta de amigos, os dias eram assim


Perdoem a falta de folhas, perdoem a falta de ar


perdoem a falta de escolha, os dias eram assim



E quando passarem à limpo, e quando cortarem os laços

E quando soltarem os cintos, façam a festa por mim

Quando lavarem a mágoa, quando lavarem a alma

Quando lavarem a água, lavem os olhos por mim

Quando brotarem as flores, quando crescerem as matas

Quando colherem os frutos digam o gosto prá mim

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